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Blogue do Apostolado da Oração

São João Batista, solstício e comunidade

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Como o Sol que brilha intensamente nestes dias, S. João Batista é uma luz que indica o caminho da esperança e aponta a salvação. É a voz que clama no deserto e apela à consciência coletiva para se preparar para a chegada do Messias. Com coragem, S. João Batista anuncia valores novos para a sociedade, mostrando-se coerente no seu discurso e na mensagem de boa nova.

 

A Igreja celebra o santo em duas datas: dia do seu nascimento, a 24 de junho, e a sua decapitação, a 29 de agosto. Fixado seis meses antes da Natividade de Jesus, o nascimento de S. João apelidava-se, noutros tempos, de ‘Natividade de verão’.

 

A piedade popular sempre reservou para S. João Batista um lugar à parte dos apóstolos e dos santos, sublimando, na festividade joanina, algumas tradições pagãs ligadas à vida e à renovação.

 

Exaltam-se as virtudes das ervas bentas e surgem, nas ruas, os alhos-porros, símbolos masculinos, e os manjericos e cidreiras, símbolos femininos.

 

A água está presente nas orvalhadas, sinais de fecundidade, e nas cascatas de S. João, com os seus rios e fontes, espécie de presépio de verão na qual S. João Batista é a figura central e onde se encontram todos os elementos da comunidade.

 

A luz e o Sol são recordados no fogo de artifício que cai do céu e nas fogueiras de S. João, que desafiam os mais corajosos a superar as dificuldades, trazendo-lhes boa saúde.

 

Festividade de dimensão urbanística e, ao mesmo tempo, rural, a Natividade de S. João convida os participantes a apropriarem-se dos espaços comuns, como os pátios, adros e largos, para celebrar a grande festa, convertendo-os em grandes salas de convívio.

 

É neste ambiente, em que toda a comunidade sai à rua, que se quebram barreiras. Dá-se horizontalização das relações: todos os estratos sociais se aproximam e convivem.

 

A festa popular é, assim, uma manifestação do povo de Deus que se alegra, confraterniza e retira todas as barreiras sociais para que as pessoas se aproximem e vivam o S. João num clima especial de proximidade e de consciência coletiva.

 

Bom S. João!

 

 

Maria Betânia Ribeiro